Fisiologia Pagina principal

 

Dr. André Luis da Cruz

CV Lattes

Formação Acadêmica

  • Graduação (1992-1995): Universidade Estadual Paulista (Campus de São José do Rio Preto). Bolsista: PIBIC – CNPq

  • Mestrado (1996-1998): Universidade Estadual Paulista (Campus de Botucatu). Bolsista: FAPESP

  • Doutorado (2003-2007): Universidade Federal de São Carlos (Bolsista: CAPES) com estágio sanduíche na Universität Bonn – Alemanha (Bolsista: CAPES – PROBRAL)

Resumo: A condição de pouca disponibilidade de oxigênio, conhecida como hipóxia, pode afetar ambientes aquáticos. Suas causas podem ser naturais ou, mais comumente, devido à ação antropogênica. Entre os peixes, o grupo Siluriformes (bagres e cascudos) possui espécies tolerantes à hipóxia, sendo consideradas bons modelos experimentais para estudos com hipóxia. Este estudo utilizou o cascudo de respiração aérea acessória Pterygoplichthys anisitsi, com o objetivo de analisar sua fisiologia respiratória, em respiração aquática e em respiração aérea, sob condições experimentais de hipóxia e de exposição aérea para interrelacionar seu comportamento respiratório e os eventos da cascata de O2 (ventilatórios, morfofuncionais, hemoglobínicos e metabólicos). A partir dos experimentos realizados com esses aspectos, em condição de hipóxia, foi concluído que a superfície respiratória das brânquias é maior que a superfície respiratória estomacal, o que indica dependência da respiração aquática e, o órgão de respiração aérea serve como um reservatório de ar e pode auxiliar na tolerância à baixa disponibilidade de oxigênio na água. Como verificado, o comportamento de respiração aérea é contínuo, em intervalos não regulares, mas não-obrigatório e, mesmo em normóxia, sua maior freqüência ocorre no período noturno e de modo sincrônico, possivelmente, um comportamento antipredatório. Já na exposição à hipóxia, sem acesso ao ar atmosférico, a partir da diminuição da taxa metabólica e extração de O2, o estômago suporta o comportamento oxi-conformista caracterizado por apnéia com a redução gradual da tensão de oxigênio. Aliado ao fato do estômago ser fonte de estocagem de ar, a respiração aérea ser contínua mas não-obrigatória e o comportamento, em hipóxia sem acesso ao ar atmosférico, ser oxi-conformista caracterizado por apnéia, também a presença de uma componete hemoglobínico catódico, com alta afinidade ao oxigênio e não afetada por diminuição de pH, e a verificação de uma maior afinidade hemoglobina-oxigênio em hipóxia constituem ajustes auxiliares e necessários frente à condição de hipóxia. Conjuntamente, a esses ajustes, a tolerância à hipóxia também é suportada pelos parâmetros hematológicos, por meio da hemoconcentração que contribui para maior capacidade de carreamento de oxigênio para uma demanda aumentada e, da mesma forma, a afinidade hemoglobina-oxigênio é maior. Ainda, com a diminuição da taxa metabólica e extração de O2, há ativação do metabolismo anaeróbico com o processo de fermentação láctica para tentar manter o fornecimento energético. Diferentemente da condição de hipóxia, as brânquias, aparentemente, não são funcionais na exposição aérea, pois não há fluxo de água que passa entre seus filamentos e, dessa forma, a superfície respiratória a ser considerada é unicamente a do estômago. Quando exposto ao ar são verificados períodos de comportamento de “inspiração” e “expiração” intermitentes pela boca, de forma a suprir o estômago com ar. Na condição de exposição ao ar, a afinidade hemoglobina-oxigênio é similar àquela da condição de normóxia e, da mesma forma, não há alteração nos parâmetros hematológicos, o que evidencia a funcionalidade da superfície respiratória estomacal e, também, há a manutenção do metabolismo aeróbio. Embora não ocorram alterações nesses parâmetros e a espécie mostre capacidade de obter O2 atmosférico, a exposição aérea é uma condição estressante, verificado pela redução de glicose hepática e muscular e, aumento da glicose plasmática, e assim parece ser utilizada pela espécie em situações emergenciais.

  • Estágio de doutorado no exterior (2003 a 2004):

"Determinação morfométrica da distância de difusão da barreira ar-sangue e caracterização dos componentes da barreira ar-sangue da bexiga natatória de Arapaima gigas” na Universität Bonn – Alemanha (Bolsista: CAPES – PROBRAL)

"Técnicas para a determinação da atividade da enzima Na+K+ ATPase em brânquias de peixes teleósteos" e "Técnicas imunocitoquímicas aplicadas ao estudo das células cloreto em brânquias de peixes teleósteos" na Universidad de Cádiz – Espanha

  • Pós-Doutorado (2008 – atual): “Brânquias de peixes como biomarcador histopatológico” na Universidade Federal da Bahia. Bolsista: CAPES – PNPD

Resumo: O projeto propõe o estudo das brânquias de espécies de peixes em cursos d’água do rio Subaé (Santo Amaro da Purificação, Bahia), no Recôncavo Baiano. A área impactada é resultado da deposição de resíduos sólidos da atividade industrial de extração metalúrgica do chumbo, entre 1960 a 1993, pela Plumbum Mineração e Metalúrgica Ltda. Este estudo será focado nas brânquias, não somente à descrição de sua histopatologia, mas principalmente sobre a função respiratória pela introdução de princípios de estereologia. São objetivos a) a avaliação histológica das brânquias de espécies de peixes provenientes de áreas impactadas do rio Subaé e do noroeste da Baía de Todos os Santos, b) a determinação do volume branquial, da superfície branquial total, da densidade de volume das brânquias e da relação superfície branquial/massa corpórea (superfície respiratória específica), e c) relacionar a ocorrência de alterações branquiais em peixes das áreas impactadas com a exposição destes organismos a metais pesados. Financiador: CAPES-PNPD.

Eleotris pisonis

Equipe de trabalho: Laísa Peixoto Ramos (Graduanda em Oceanografia/UFBA) e Thiago Matos Prado (Graduando em Ciências Biológicas/UFBA)

Pesquisador dos Grupos de Pesquisa

1. “Zoofisiologia e Bioquímica Comparativa” da Universidade Federal de São Carlos

2. “Biologia, Fisiologia e Morfologia de Vertebrados” da Universidade Federal da Bahia

3. “Ecologia, Fisiologia e Taxonomia de Vertebrados” da Universidade Estadual Paulista Campus de Rio Claro

Linhas de Pesquisa

1. “Função Cardíaca e Respiratória”

2. “Morfologia Funcional e Processos Adaptativos em Animais Aquáticos”

3. “Fisiologia e morfologia de vertebrados”

4. “Biologia de Peixes”

Atuação em Pós-Graduação

Projetos de Pesquisa

  • “Brânquias de peixes como biomarcador histopatológico” (Programa Nacional de Pós-Doutorado, projeto aprovado junto ao Programa de Pós-Graduação de Ecologia e Biomonitoramento sob coordenação do Dr. Wilfried Klein (Universidade Federal da Bahia)

  • Fisiologia e morfologia do sistema respiratório de répteis” (Instituto Nacional de Ciências e Tecnologia em Fisiologia Comparada, dentro do projeto “Bases fisiológicas para adaptação a extremos metabólicos – Uma abordagem herpetológica como modelo de estudo” sob coordenação do Dr. Augusto Abe (UNESP Campus de Rio Claro)

Resumo: O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Fisiologia Comparada, aprovado em 2008, reune, sob a coordenação do Prof. Dr. Augusto Shinya Abe (UNESP-Rio Claro), vários pesquisadores nacionais e internacionais que trabalham com fisiologia animal comparada. O sub-projeto executado pelo grupo na UFBA estuda a fisiologia e morfologia do sistema respiratório de répteis. O objetivo principal é o estudo da fisiologia, da morfologia e da mecânica de ventilação do sistema respiratório em vários grupos de répteis brasileiros. Financiadores: CNPq e FAPESP.

Publicações

  • Cruz, A.L., Pedretti, A.C.E., Fernandes, M.N. Stereological estimation of the surface area and oxygen diffusion capacity of the stomach of the respiratory stomach of the air breathing armored catfish Pterygoplichthys anisitsi (Teleostei, Loricariidae). Journal of Morphology, 270: 601-614, 2009.

  • Cruz, A.L., Fernandes, M.N., Perry, S.F. Effect of histological processing and methacrylate sectioning on the area of gill tissue in teleost. Brazilian Journal of Biology, 69: 631-637, 2009.

  • Cruz, A.L. Sub-lethal concentrations of monocrotophos affect aggressive behavior of the fishes Astyanax altiparanae Garutti e Britski, 2000 and Oreochromis niloticus (Linnaeus) (Teleostei, Cichlidae). Revista Brasileira de Zoologia, 19: 1131-1138, 2002.

  • Cruz, A.L. Comportamento agonístico em Astyanax altiparanae Garutti e Britski, 2000 (Pisces: Characidae). Comunicações do Museu de Ciências e Tecnologia (Porto Alegre), 15: 163-293, 2002.

  • Cruz, A.L. e Langeani, F. Comportamento reprodutivo do cascudo Liposarcus anisitsi (Eigenmann e Kennedy, 1903) em cativeiro. Comunicações do Museu de Ciências e Tecnologia (Porto Alegre), 13: 109-115, 2000.

Experiência Didática

  • Professor do Centro Universitário do Norte Paulista (2000 e 2002).

  • Professor substituto da Universidade Federal de Goiás (2000 e 2001).

  • Professor substituto da Universidade Estadual Paulista (2001 e 2002).

best tracker