Formação
Acadêmica
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Resumo: A condição de pouca disponibilidade de oxigênio, conhecida como hipóxia, pode afetar ambientes aquáticos. Suas causas podem ser naturais ou, mais comumente, devido à ação antropogênica. Entre os peixes, o grupo Siluriformes (bagres e cascudos) possui espécies tolerantes à hipóxia, sendo consideradas bons modelos experimentais para estudos com hipóxia. Este estudo utilizou o cascudo de respiração aérea acessória Pterygoplichthys anisitsi, com o objetivo de analisar sua fisiologia respiratória, em respiração aquática e em respiração aérea, sob condições experimentais de hipóxia e de exposição aérea para interrelacionar seu comportamento respiratório e os eventos da cascata de O2 (ventilatórios, morfofuncionais, hemoglobínicos e metabólicos). A partir dos experimentos realizados com esses aspectos, em condição de hipóxia, foi concluído que a superfície respiratória das brânquias é maior que a superfície respiratória estomacal, o que indica dependência da respiração aquática e, o órgão de respiração aérea serve como um reservatório de ar e pode auxiliar na tolerância à baixa disponibilidade de oxigênio na água. Como verificado, o comportamento de respiração aérea é contínuo, em intervalos não regulares, mas não-obrigatório e, mesmo em normóxia, sua maior freqüência ocorre no período noturno e de modo sincrônico, possivelmente, um comportamento antipredatório. Já na exposição à hipóxia, sem acesso ao ar atmosférico, a partir da diminuição da taxa metabólica e extração de O2, o estômago suporta o comportamento oxi-conformista caracterizado por apnéia com a redução gradual da tensão de oxigênio. Aliado ao fato do estômago ser fonte de estocagem de ar, a respiração aérea ser contínua mas não-obrigatória e o comportamento, em hipóxia sem acesso ao ar atmosférico, ser oxi-conformista caracterizado por apnéia, também a presença de uma componete hemoglobínico catódico, com alta afinidade ao oxigênio e não afetada por diminuição de pH, e a verificação de uma maior afinidade hemoglobina-oxigênio em hipóxia constituem ajustes auxiliares e necessários frente à condição de hipóxia. Conjuntamente, a esses ajustes, a tolerância à hipóxia também é suportada pelos parâmetros hematológicos, por meio da hemoconcentração que contribui para maior capacidade de carreamento de oxigênio para uma demanda aumentada e, da mesma forma, a afinidade hemoglobina-oxigênio é maior. Ainda, com a diminuição da taxa metabólica e extração de O2, há ativação do metabolismo anaeróbico com o processo de fermentação láctica para tentar manter o fornecimento energético. Diferentemente da condição de hipóxia, as brânquias, aparentemente, não são funcionais na exposição aérea, pois não há fluxo de água que passa entre seus filamentos e, dessa forma, a superfície respiratória a ser considerada é unicamente a do estômago. Quando exposto ao ar são verificados períodos de comportamento de “inspiração” e “expiração” intermitentes pela boca, de forma a suprir o estômago com ar. Na condição de exposição ao ar, a afinidade hemoglobina-oxigênio é similar àquela da condição de normóxia e, da mesma forma, não há alteração nos parâmetros hematológicos, o que evidencia a funcionalidade da superfície respiratória estomacal e, também, há a manutenção do metabolismo aeróbio. Embora não ocorram alterações nesses parâmetros e a espécie mostre capacidade de obter O2 atmosférico, a exposição aérea é uma condição estressante, verificado pela redução de glicose hepática e muscular e, aumento da glicose plasmática, e assim parece ser utilizada pela espécie em situações emergenciais. |
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"Determinação morfométrica da distância de difusão da barreira ar-sangue e caracterização dos componentes da barreira ar-sangue da bexiga natatória de Arapaima gigas” na Universität Bonn – Alemanha (Bolsista: CAPES – PROBRAL) "Técnicas para a determinação da atividade da enzima Na+K+ ATPase em brânquias de peixes teleósteos" e "Técnicas imunocitoquímicas aplicadas ao estudo das células cloreto em brânquias de peixes teleósteos" na Universidad de Cádiz – Espanha |
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Resumo: O projeto propõe o estudo das brânquias de espécies de peixes em cursos d’água do rio Subaé (Santo Amaro da Purificação, Bahia), no Recôncavo Baiano. A área impactada é resultado da deposição de resíduos sólidos da atividade industrial de extração metalúrgica do chumbo, entre 1960 a 1993, pela Plumbum Mineração e Metalúrgica Ltda. Este estudo será focado nas brânquias, não somente à descrição de sua histopatologia, mas principalmente sobre a função respiratória pela introdução de princípios de estereologia. São objetivos a) a avaliação histológica das brânquias de espécies de peixes provenientes de áreas impactadas do rio Subaé e do noroeste da Baía de Todos os Santos, b) a determinação do volume branquial, da superfície branquial total, da densidade de volume das brânquias e da relação superfície branquial/massa corpórea (superfície respiratória específica), e c) relacionar a ocorrência de alterações branquiais em peixes das áreas impactadas com a exposição destes organismos a metais pesados. Financiador: CAPES-PNPD. |
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Eleotris pisonis |
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Equipe de trabalho: Laísa Peixoto Ramos (Graduanda em Oceanografia/UFBA) e Thiago Matos Prado (Graduando em Ciências Biológicas/UFBA) | ||
Pesquisador
dos Grupos de Pesquisa 1. “Zoofisiologia e Bioquímica Comparativa” da Universidade Federal de São Carlos 2. “Biologia, Fisiologia e Morfologia de Vertebrados” da Universidade Federal da Bahia 3. “Ecologia, Fisiologia e Taxonomia de Vertebrados” da Universidade Estadual Paulista Campus de Rio Claro |
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Linhas
de Pesquisa 1. “Função Cardíaca e Respiratória” 2. “Morfologia Funcional e Processos Adaptativos em Animais Aquáticos” 3. “Fisiologia e morfologia de vertebrados” 4. “Biologia de Peixes” |
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Atuação em Pós-Graduação
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Projetos de
Pesquisa
Resumo: O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Fisiologia Comparada, aprovado em 2008, reune, sob a coordenação do Prof. Dr. Augusto Shinya Abe (UNESP-Rio Claro), vários pesquisadores nacionais e internacionais que trabalham com fisiologia animal comparada. O sub-projeto executado pelo grupo na UFBA estuda a fisiologia e morfologia do sistema respiratório de répteis. O objetivo principal é o estudo da fisiologia, da morfologia e da mecânica de ventilação do sistema respiratório em vários grupos de répteis brasileiros. Financiadores: CNPq e FAPESP. |
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Publicações
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Experiência
Didática
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